Plano de negócios: o que é e por que você tem que ter um
“Bíblia” do empreendedor, plano de negócios precisa ser organizada e revista, para evitar surpresas e mirar avanços Para fazer uma viagem nova, a gente organiza o caminho, as passagens, a hospedagem e os gastos necessários. Para começar um novo negócio, não é muito diferente. Mas todas as informações necessárias sobre produtos, clientes, marketing e oportunidades se concentram no plano de negócios, um documento que especialistas definem como fundamental para guiar um empreendimento – ou recalcular a rota para os que já existem, mas estão meio perdidos.
“O plano de negócios vai dar passos básicos para estruturar a ideia de uma maneira mais aprofundada. Para quem está começando, o plano de negócios é muito importante porque ele orienta para que você não comece errado. Ele ajuda a saber, por exemplo, qual é o perfil do cliente que você quer atender, que tipo de serviço você vai oferecer, e até mesmo a incorporação da localização onde você quer colocar seu empreendimento, saber se tem concorrentes próximos ou não.”
Essa é a explicação de Jonathan Santos Silva, cofundador da Rede Cenafro em Alagoas e membro da Coordenação Conjunta da Câmara Empresarial do Afroempreendedor da Fecomércio do estado. Para o empresário, é importante ter em mente que o plano de negócios não impede que erros aconteçam, mas dá ao empreendedor ferramentas de, inclusive, saber sair de um erro da melhor forma.
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“É como uma receita de bolo: você pode seguir, mas se ficar abrindo e fechando o forno, o bolo sola. É um ambiente dinâmico. Quando você planeja, tem menos chance de errar, mas isso não quer dizer que você não tem que se adaptar à realidade, porque o ambiente muda, a economia muda, mas quando você sabe para onde quer ir, tem 90% de chance de dar certo”, explica.
A ausência desse direcionamento fará com que o empreendedor opere no escuro, e não consiga se antecipar a questões básicas (como estoque) ou complexas (como mudança do patamar do negócio). É comum que o empreendedor inicie um negócio por afinidade, como venda de marmitas, caso saiba cozinhar, ou salão de belezas, caso tenha afinidade com a área da beleza. Mas por menor que seja o negócio, e por mais o ponto central dele seja de conhecimento do dono, o plano precisa ser feito – e minimamente respeitado.
“Senão você começa a investir sem sentido, e não tem retorno. Quando você vê, já está endividado e o negócio não andou. A consequência disso é que o negócio tende a fechar”, alerta Silva.
Caso essa consequência aconteça, aliás, o mesmo plano de negócio pode auxiliar. “O plano de negócios evita que você seja pego de surpresa, do dia para a noite. Até se você quebrar, você terá essa noção antes, a compreensão da possibilidade, ao menor sinal que ela apareça. E isso dá fôlego para recuperar”, define Luciane Reis, especialista em Gestão da Inovação e Empreendedorismo, consultora de empreendedorismo e diretora do MerC’afro, agência de fomento ao desenvolvimento de negócios locais e étnicos.
O que deve ter um plano de negócios? Veja abaixo:
Você: Por quanto tempo, e em quais etapas, você pretende se dedicar ao negócio;
Produto ou serviço a ser vendido: Identifique-o e se especialize nele, saiba o máximo possível e nunca deixe de estudá-lo;
Quem são os clientes – e o perfil deles: Idade, gênero, classe, renda, etc;
Como é o mercado e a concorrência: Quais concorrentes já operam da forma que você pretende, o que você quer resolver, qual brecha os concorrentes deixam para você preencher e o que eles fazem de melhor;
Fornecedores: Pesquise, defina e os priorize de acordo com sua necessidade;
Missão e visão do negócio: do que você não abre mão, quais são seus objetivos e como você quer atingi-los;
Plano de marketing, incluindo preço e praça: Onde você vai investir, como você vai atrair seu público, como você irá precificar e principalmente onde você irá vendê-lo
Investimento inicial e os custos operacionais: Não esqueça sequer os mínimos gastos, como a luz que você gasta, se o seu negócio é online ou feito em casa. Pesquise, anote e siga o planejamento inicial para não ser pego de surpresa.
Ter essa “bíblia” nas mãos pode ajudar nos passos futuros da empresa. “Inclusive, vai te ajudar a buscar recursos para ampliar, buscar capital para fazer o negócio ficar maior. Então, um plano de negócio bem feito te dá mais segurança para conseguir investidores, porque você vai conseguir falar daquilo de maneira extremamente plausível financeiramente e com respeito”, explica Reis.
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