2 de novembro de 2024

Irmãs empreendem com escola de capacitação em oncologia para profissionais da saúde

 Irmãs empreendem com escola de capacitação em oncologia para profissionais da saúde

Irmãs empreendem com escola de capacitação em oncologia para profissionais da saúde

Fundada em 2015, a BioOnco já impactou mais de 5 mil pessoas com cursos livres e pós-graduações e prevê faturar R$ 800 mil em 2024 Quando Ana Paula Oliveira, 40 anos, se formou como fisioterapeuta, em 2007, ela não conhecia o universo da fisioterapia oncológica. Assim como outros profissionais da área, ela não teve contato com o tema na universidade e só aprendeu sobre ele quando teve de buscar uma especialização por causa do emprego em um hospital. Notando um gap no mercado, ela criou a BioOnco, escola que oferece cursos de capacitação na área oncológica, que faturou R$ 700 mil em 2023.
“O número de profissionais capacitados é baixo, mas existem muitos pacientes precisando. A área da oncologia é transversal, o câncer é uma doença que precisa ser conhecida a fundo”, comenta. O tratamento de pacientes com câncer costuma ser agressivo, envolvendo cirurgias, quimioterapia e radioterapia, com impactos físicos e funcionais. A fisioterapia é recomendada para prevenir possíveis complicações e trazer mais qualidade de vida ao paciente, mantendo o movimento e a força durante o processo.
Durante a pós-graduação em fisioterapia oncológica, Ana Paula criou um grupo no Facebook após buscar por uma comunidade para discutir o tema e não encontrar. Ela imaginava que apenas os colegas de graduação entrariam no fórum, mas foi surpreendida com a procura.
>> Siga o canal de PEGN no WhatsApp e receba notícias exclusivas
Com a mentalidade empreendedora que herdou da mãe, comerciante de bijuterias, ela decidiu criar cursos para atender esse público desassistido em 2014. “Se eu ficasse apenas atendendo, não teria como multiplicar. O empreendedorismo veio para semear e alcançar um número maior de profissionais”, conta.
A BioOnco começou oferecendo cursos livres aos fins de semana, convidando professores que não tinham cursos próprios para ministrar aulas de temas específicos para profissionais interessados. “Começamos do zero. Eu pedia para usar o ambulatório de fisioterapia do hospital público em que eu trabalhava. Fazia permuta com vagas para os funcionários. O dinheiro das inscrições ia para o pagamento dos professores”, relembra. O formato é utilizado até hoje.
Com o crescimento da demanda, a escola precisou aumentar a frequência das aulas, e o hospital deixou de ser uma opção. A empreendedora migrou os cursos para um hotel e, posteriormente, para uma pequena sala de 30 metros quadrados. Até que, em 2020, a pandemia forçou a BioOnco a migrar totalmente para o digital.
O formato de ensino à distância possibilitou que a empresa quebrasse barreiras geográficas e passasse a atender alunos de todo o Brasil. Se antes havia uma limitação de espaço para 20 pessoas, o formato digital permitiu triplicar a quantidade de alunos por turma. A BioOnco utiliza plataformas de terceiros para ministrar os cursos, com aulas ao vivo pelo Zoom.
“Ainda somos uma empresa pequena. Para desenvolver uma plataforma própria, precisaremos de suporte técnico e ainda não estamos prontas para isso. Encontramos alternativas para alcançar com nossas poucas mãos”, afirma Larissa Oliveira, 27, irmã de Ana Paula e responsável pela comunicação da BioOnco.
Leia também
Na pandemia, a fundadora convidou Larissa e a outra irmã, Gabriela Oliveira, 26, para entrar na sociedade e auxiliar na operação da empresa. A primeira, formada em relações públicas, perdeu o emprego durante a crise sanitária. A segunda, formada em relações internacionais, ficou responsável pelo financeiro da empresa.
“Foi um grande encontro como irmãs e sócias. Temos os mesmos valores, mas expertises diferentes. Eu tive uma sócia fisioterapeuta antes e não deu certo por causa das rotinas de plantões”, conta Ana Paula.
A BioOnco já impactou mais de 5 mil profissionais e formou 300 alunos nos cursos de pós-graduação. A previsão é alcançar um faturamento de R$ 800 mil neste ano e crescer 30% no próximo.
Time por trás da BioOnco
Divulgação
Com 80% dos cursos a distância, a BioOnco oferece algumas formações no modelo híbrido e presencial em uma sala própria em São Paulo (SP). São quatro turmas de pós-graduação por ano: duas de fisioterapia oncológica, uma multidisciplinar de cuidados paliativos e outra de enfermagem em genética. As extensões têm reconhecimento pelo MEC a partir de uma parceria com a UniFil, de Londrina (PR).
Outra fonte de receita para a BioOnco é a plataforma OncoPlay, com mais de 170 aulas gravadas que podem ser assistidas a qualquer momento, mediante pagamento de uma mensalidade de R$ 9,90. A plataforma tem 338 assinantes atualmente.
Para o futuro, a BioOnco deseja ampliar os horizontes e atrair outros profissionais interessados pela área de oncologia, tornando-se referência no assunto. “Somos três mulheres negras. Para nós é importante mostrar que somos capazes de chefiar nossos negócios e ocupar os espaços para que as pessoas se enxerguem nesses lugares”, finaliza Larissa.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos de PEGN? É só clicar aqui e assinar!

Anúncio Digiqole

Deixe o Seu Comentário

Redação

Olá me chamo Network F5

Leia Também