‘Ainda não somos uma região de inovação tecnológica, mas estamos quase lá’, diz Eric Acher, da monashees
Painel sobre inovação na América Latina durante o Cubo Conecta 2024 abordou temas como IA, volume de aportes e como atrair capital O ecossistema de inovação da América Latina evoluiu muito nos últimos anos, mas a região ainda está em fase de consolidação. Se antes as startups que surgiam eram cópias de negócios de sucesso do Vale do Silício, hoje já é possível encontrar modelos disruptivos. Porém, Eric Acher, fundador da monashees, ressalta que é preciso ser realista: “Ainda não somos uma região de inovação tecnológica, somos uma região com risco de execução, mas estamos chegando lá”.
O assunto foi tema do painel “Investimentos e inovação tecnológica na América Latina” no Cubo Conecta 2024, que também contou com a participação de Joaquim Lima, sócio da Riverwood Capital, e Ira Simkhovitch, diretor do Industry Ventures, com mediação de Julia de Luca, do Itaú BBA.
Assunto frequente dos eventos do ecossistema, a inteligência artificial não ficou de fora do debate. Os investidores pontuaram que existe escassez de capital para investir na criação de uma infraestrutura para dar suporte à tecnologia na região – para o surgimento de modelos de linguagem, por exemplo –, e que no curto e médio prazo a IA será usada em aplicações.
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“A boa notícia para o Brasil e para a América Latina é que a camada de aplicação de IA tem tudo a ver com os problemas que a região enfrenta: produtividade, educação, judiciário lento. Acredito que veremos negócios incríveis nos próximos 5 a 10 anos”, opina Acher.
A mudança no mindset dos fundadores após a retração do capital de risco disponível – o chamado inverno das startups – também foi tema do painel. Lima destacou que, com a queda dos valuations, mais rodadas estão sendo anunciadas. “Temos visto a resiliência dos fundadores de sobreviver financeiramente, de ajustar a direção dos negócios”, afirma.
Para Acher, o mercado está saindo do momento mais pesado de correção de valuations como reflexo de investidores de oportunidade que surgiram com a valorização da indústria de tecnologia. Na sua visão, a mudança de postura dos fundadores é bem-vinda – foco na sustentabilidade financeira das startups –, mas o risco deve existir. “Não podemos ir para o outro extremo, deixar de experimentar, criar e inovar nos primeiros estágios da startup. É importante não ficar tão focado em métricas específicas”, pontua.
Os investidores também deram dicas para quem busca se aproximar de investidores e conquistar um aporte. Ter uma visão clara do que quer construir e foco na execução é a sugestão de Lima. Ser flexível é importante, aceitar fazendo mudanças quando necessário.
Acher finalizou dizendo que o compromisso do investimento vai além do cheque: é um relacionamento de longo prazo. “O maior erro é a escolha do investidor. Encontre o que for mais compatível, que estará disponível quando você precisar, porque é uma parceria longa.”
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